O estudo avaliou a presença, origem e impacto dos fragmentos de plásticos em águas superficiais de 38 lagos e albufeiras distribuídos por 23 países em 6 continentes, abrangendo um leque alargado de condições ambientais e os resultados obtidos revelam que os fragmentos de plásticos estão disseminados pelos lagos e albufeiras à escala global. Em vários destes ecossistemas verificou-se que as concentrações de fragmentos de plásticos são mais elevadas do que as encontradas nos oceanos nas chamadas “ilhas de plásticos”. Os plásticos ao acumularem-se em lagos e albufeiras podem promover a libertação de metano e outros gases com efeito de estufa e circulam entre a hidrosfera, biosfera, atmosfera e litosfera, interferindo nos ciclos biogeoquímicos, através de mecanismos que ainda não são bem compreendidos pela ciência.
Apesar de para já não terem sido analisadas albufeiras nem lagos na região transmontana, face aos resultados globais obtidos, a investigadora e docente do Instituto Politécnico de Bragança garante que "é previsível que também estejam presentes resíduos de plásticos nestes ecossistemas". Nesse sentido alerta ser "importante promover na região não só estratégias eficazes para melhorar os processos de gestão dos resíduos plásticos, mas também ações de sensibilização para a necessidade de não deixar garrafas, sacos e outros objetos de plástico abandonados no ambiente pois, mais tarde ou mais cedo, têm grande probabilidade de irem contaminar os lagos e albufeiras da região".